domingo, 27 de setembro de 2009

500 portugueses vivem com corações de outros

Só no ano passado, foram transplantados no País 41 doentes. E oito morreram enquanto esperavam por um novo coração. O presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia alerta para o facto de todos os anos 20 portugueses terem necessidade de um novo órgão e não serem sinalizados pelos médicos.

Transplante há 23 anos - O primeiro transplante de coração foi feito em 1986 pelo médico Queiroz e Melo, no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa.
Mais homens - A maioria dos doentes transplantados são homens, embora não haja uma faixa etária específica.
Cirurgia até aos 65 - A idade limite para a realização de um transplante cardíaco é aos 65 anos.

32 anos a fintar os defeitos de um órgão 'mal nascido'

Com um defeito de nascença no coração, Nelson fez inúmeros tratamentos e operações até ser operado em 2006. A qualidade de vida melhorou, mas o dia-a-dia sem problemas é recuperado lentamente
Idade 32 anos
Tempo de espera Perto de oito meses
Razão Cardiopatia congénita
São 20.00. A equipa do DN chega mesmo a tempo de dividir o ritual diário (pré-jantar) com Nelson Cravinho: uns quantos comprimidos e um líquido que mistura com um sumo de fruta. E a inocência aparente do sumo, colocado num minicopo com o símbolo do Benfica, não deixa adivinhar o efeito drástico que tem: o bloqueio do sistema imunitário de forma a segurar o novo coração.
São 14 as substâncias que tem de tomar todos os dias, divididas em doses em cinco a seis horas. Mas o peso da rotina em nada se compara com os 32 anos de caminhadas vagarosas e sufocantes. "Mal nasceu disseram-me que ele estava muito doentinho, mas eu não achava que fosse possível. Aos sete meses já tinha sete quilos... Comecei a acreditar nisso quando o via muito cansado e a transpirar enquanto mamava", conta a mãe, Mariete Cravinho.
A cardiopatia congénita (nasceu com ele) foi sendo acompanhada no Hospital de Santa Maria e, mais tarde, no Hospital de Santa Marta. Aos três anos, "fiz a primeira cirurgia, de correcção de uma válvula. Senti-me muito melhor. Depois disso só tinha de fazer exames de controlo". Mas isso não quer dizer que fizesse o mesmo que todas as outras crianças. "Corria menos e cansava-me rapidamente, mas até era engraçado ver os professores de educação física a deixar-me fazer o que eu queria", diz.
Por ironia ou pura sugestão deixada pelas limitações, o desporto sempre foi a área de eleição de Nelson. "Gostava de ter feito algo ligado ao futebol, como jogador ou não. Como não podia ir por um lado, tentei ir por outro", brincou. Tirou um curso em comunicação social com a esperança de ser jornalista desportivo. E assim foi. Pelo menos durante um ano cumpriu o seu sonho num jornal local, que acabou por falir. Depois disso, teve de fazer uma pausa, porque o coração não o acompanhava mais.
A operação que devia evitar o transplante mais algum tempo correu bem, mas a recuperação foi interrompida por uma acidente de carro grave que o fez regredir. "Com os danos no coração não pude fazer a fisioterapia necessária ao braço porque não aguentava". Quando a médica de Santa Marta lhe disse que tinha de fazer um transplante sentiu um balde de água fria. "Fiquei azamboado. Custou-me a aceitar a ideia. A verdade é que já não conseguia andar nem cem metros", suspira.
Desde os exames até ao transplante passaram oito meses, tempo suficiente para já desejar pôr um fim à espera. Em Outubro de 2006, foi chamado pelo hospital, onde foi operado às seis da manhã. "Não dormi nada. Sentia aquela ansiedade por poder não acordar". Agora tem mais qualidade de vida. Percorrer praias em areia molhada, passear e conhecer quintas, como a da Regaleira já são tarefas possíveis.
"Curioso é eu ter sempre problemas de coração e o meu pai morrer subitamente de enfarte em Junho", conta, pesaroso. Mais um obstáculo em plena recuperação. Mas Nelson recusa cruzar os braços, apesar de admitir que alguns sonhos ficaram para trás. "Gostava de ser jornalista, mas não posso estar demasiado stressado, mas quero voltar a trabalhar."

Diana Mendes DN

Só a lamechice não cabe no novo coração de Sandra

Passou por dois cancros e um transplante ainda antes dos 26 anos. Mas nada mudou na sua vida, que "ficou cada vez melhor", diz Sandra Canha. Até porque não faz parte do seu feitio dar parte de fraca
Sandra Canha
Idade 33 anos
Tempo de espera Menos de um mês
Razão Cancro no coração
"Não me ponham a dizer nada lamechas, que eu não sou assim." E não. Sandra Canha, com 33 anos, não é mesmo nada assim. Mesmo depois de ter ultrapassado dois cancros e um transplante cardíaco em cerca de dez anos.
A sua vida hoje, marcada por corridas aos hotéis da cadeia em que trabalha, parece repetir a sua batalha anos antes, numa altura em que corria entre o Hospital de Santa Marta e o Egas Moniz. Aos 19 anos, foi-lhe diagnosticado um linfoma de Hodgkin, que a obrigou a fazer quimioterapia durante um ano e radioterapia. "Suspeito que a radioterapia terá originado um cancro no coração", quando tinha apenas 25 anos. "Era aqui que incidia a radiação", conta, enquanto aponta para o peito.
O seu caso é único. Tão único que provocou o corrupio dos médicos das unidades hospitalares, pelo puro fascínio da aprendizagem. "Em Portugal era a única com um cancro no coração e penso que só havia mais um caso na Europa", diz. O problema foi detectado em 2001, depois de sucessivas queixas de cansaço ao mínimo esforço. E foi assim que se detectou uma massa no coração. "Só se soube que era um cancro depois de o doutor Fragata me ter feito uma cirurgia em Setembro." A única solução foi o transplante. De repente, passa para o topo da malfadada lista de espera. A razão da prioridade "era poder morrer. A qualquer momento!", contou, com a frieza de quem recusa ter pena de si própria. A idade dava garantias de uma evolução rápida do tumor, mas também tinha aspectos positivos, como a possibilidade de usar mais armas no combate da doença.
Em casa desde 22 de Novembro, "mesmo doentinha e de pijama", nem um mês esperou para ter um novo coração. "Correu tudo bem. Pior foi para quem ficou aquelas três horas à espera cá fora. Em nenhuma altura achou que algo fosse correr mal: "Nunca pus isso em causa. Quando soube o que tinha aos 19 anos, e mesmo aos 25, não foi fácil. Mas sempre achei que não se ia passar nada de grave, talvez por causa daquela inconsciência de juventude."
Na altura em que foi detectado o linfoma, tinha terminado o 12.º ano e preparava-se para concorrer para a faculdade. "Gostava de ser psicóloga, mas também não tinha nota para entrar no público." Em nenhuma ocasião a sua (falta de) saúde pôs em causa as aspirações. "Tive uma fase divertida, mesmo depois do transplante. Trabalhei neste hotel em part-time e até numa loja de transformação da Harley Davidson, que vendia peças de motas e as personalizava. E eu adoro motas!"
Sobre o que mudou na sua vida, além das "carradas de medicamentos", foca os cuidados enquanto imunodeprimida (para impedir a rejeição do novo coração). Em época de gripe A, teve de fazer algumas cedências. "Não saio à noite e não ando de transportes. Ontem tive mesmo de andar de metro e levei máscara. Mesmo assim fiquei cheia de medo." Na Net, encontrou pessoas transplantadas, com quem até viajou para a Tailândia. "Acho que é importante tirar dúvidas, porque há pouca informação. Ao olhar para outros doentes e ao vê-los bem ficamos mais descansados", assegura.

Diana Mendes DN

Ao terceiro coração uma vida normal

Amanhã comemora-se o dia mundial do órgão responsável por uma das maiores fatias de mortalidade entre os portugueses. O DN foi ouvir as histórias de três pessoas submetidas a um transplante cardíaco: o Vasco, com apenas seis anos, foi transplantado há quatro, mas ainda teve de viver com um coração artificial; Sandra passou por dois cancros - um deles, no coração, tornou-a única no País e fê-la liderar a lista de espera nacional; Nelson viveu mal quase 32 anos, devido a uma malformação de nascença. Os três tentam agora retomar uma vida com menos complicações. Tal como eles, outras 500 pessoas já receberam um coração de outra em Portugal. O primeiro transplante foi em 1986, em Lisboa
Vasco tem quase seis anos e ainda não fala. Mas nos seus olhos escuros e grandes consegue ler-se quase tudo. A alegria de ter hoje um quotidiano normal, longe das máquinas e do hospital, e de poder fazer algo tão simples como atirar o balão azul à irmã mais nova que gatinha pela sala. E uma enorme força de viver. Mesmo que o coração transplantado que lhe bate no peito há quatro anos lhe continue a traçar um futuro com muitas interrogações.
"É um lutador. Tem uma força e uma capacidade de dar a volta às situações incríveis", desabafa Carla Cruz, a mãe, respondendo com um abraço às investidas do filho, que tenta captar-lhe a atenção. Do seu rosto e discurso pode descortinar-se a mesma alegria por este presente tranquilo, que chega ao fim de um passado tão atribulado. Mas mais. No olhar de Carla lê-se também a enorme gratidão a uma equipa médica que fez tudo para lhe salvar o filho e que, na altura em que o seu coração natural quase deixou de bater, sugeriu algo até aí nunca realizado em Portugal: a colocação de um coração artificial.
Foi há quase cinco anos e o objectivo da equipa do Hospital de Santa Marta era clara: prender Vasco à vida enquanto não chegava a sua vez na lista de doentes à espera de um transplante. Vasco tornou-se, assim, no primeiro português a receber um coração artificial, atraindo todas as atenções mediáticas. "Foi um período muito complicado. Todos os órgãos dele já tinham problemas, deixou de comer e de respirar naturalmente", recorda Carla. "Mas confiámos inteiramente na equipa médica, pois eles sabiam que era aquilo que tinha de ser feito."
Durante 107 dias, Vasco sobreviveu com umas bombas exteriores ligadas ao coração e a um compressor, permitindo-lhe bombear o sangue para todo o organismo. Um equipamento pesado e complexo, que lhe condicionava os movimentos mas a que rapidamente se habituou. A cirurgia liderada pela equipa de José Fragata foi complicada. Mas a verdade, lembra a mãe, é que assim que saiu da sala de operações já vinha mais rosadinho. "Recuperou bastante, os órgãos começaram a funcionar e a sua condição física para o transplante melhorou imenso."
A notícia de que havia um coração saudável que poderia substituir o de Vasco chegou um dia, à hora de jantar, e obrigou a uma mobilização imediata. Era o que tinha de ser, a passagem à etapa seguinte. Mas a boa nova trouxe de novo a apreensão. "Sabíamos que aquele coração era provisório e que não podia viver com ele para sempre. Mas estava a funcionar. E tivemos medo, claro", lembra Carla, outrora profissional do ramo alimentar, agora mãe a tempo inteiro. Mas medo, prossegue, "medo tínhamos sempre". Ainda têm.
Vasco é hoje um menino com necessidades especiais e sujeito a terapias regulares que lhe permitem desenvolver a fala e outras capacidades. As suas dificuldades não derivam do transplante mas do vírus que, aos três meses de idade, se apoderou do seu corpo, debilitando--lhe o coração e causando sequelas cerebrais. O facto de viver com um coração transplantado traz sempre risco, reconhece a mãe, mas igual ao de todas as pessoas que fizeram um transplante.
Por isso, e porque o seu sistema imunitário tem de estar em baixo para que o seu organismo não rejeite algo estranho como um coração que não é seu, todos os cuidados são poucos. Em casa, as mãos lavam-se com frequência, os cuidados com a limpeza são extremos e mesmo uma febre aparentemente inofensiva é logo encaminhada para o médico. As saídas à rua são menos frequentes do que as de outros meninos da sua idade e Vasco ainda não vai à escola como o irmão Simão, de três anos. Em casa, entretém-se com o computador, o Canal Panda, os livros e os brinquedos. Sempre debaixo da atenção dos pais.
"Tentamos não expô-lo muito porque nunca sabemos o que pode acontecer", explica a mãe. Vive-se dia a dia, hora a hora e goza-se o momento presente, sem perder tempo a traçar planos para o futuro.
Idade 5 anos
Tempo de espera 6 meses
Razão Infecção aos três meses, que afectou o coração

Rita Carvalho DN

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Manifestação esta quarta-feira pode deixar hospitais a meio-gás

Fábrica de Conteúdo
Os profissionais de diagnóstico e terapêutica encontram-se esta quarta-feira em greve, como forma de mostrar que se sentem discriminados em relação a outros profissionais de saúde.O Sindicato das Ciências e Tecnologias da Saúde prevê que os serviços de saúde estejam a funcionar a meio-gás, em consequência da greve dos técnicos de diagnóstico e terapêutica.Os profissionais da área de diagnóstico e terapêutica querem mostrar o seu descontentamento pela forma como estão a ser discriminados face a outros profissionais da saúde, sobretudo na forma como não são avaliados. Os referidos profissionais consideram que estão impedidos de progredir na carreira. Em declarações à TSF, Edgar Loureiro, do Sindicato das Ciências e Tecnologias da Saúde, admitiu que esta paralisação dos profissionais pode afectar o normal funcionamento dos hospitais.O sindicalista prevê «uma grande adesão, porque a indignação também é muito grande», aconselhando a que as pessoas não se desloquem aos hospitais para certos procedimento, como raio X e análises, pois o mais provável é que não sejam realizados tal como para consultas que, por não haver «exames de diagnóstico», não não se podem concretizar.

Açores Online - Profissionais de diagnóstico e de terapêutica em greve

Os profissionais de diagnóstico e de terapêutica estão a realizar entre esta quarta-feira e quinta-feira uma greve para demonstrar a sua indignação pela forma como o Ministério da Saúde bloqueou as negociações da carreira.
A greve foi decretada pelo Sindicado dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica contra aquilo que classifica ser de discriminação face aos outros profissionais de saúde com os quais já foi encerrado o processo negocial do novo estatuto. Edgar Ribeiro, do Sindicato Nacional dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica, adiantou à Açores TSF que "esta situação causa-nos uma enorme indignação, porque ficamos arrasados destas negociações sem uma explicação. Vamos aproveitar agora para demonstrar a este Governo o nosso protesto". Evidenciou ainda que nos Açores as paralisações "têm sempre

TSF - Hospitais enfrentam greve dos profissionais de diagnóstico

http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1369795

http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1370143

Rádio Renascença - Técnicos de diagnóstico e terapêutica em greve

Nesta altura, e de acordo com os sindicatos, há serviços nalguns hospitais que tiveram que encerrar por falta de técnicos, como é o caso do serviço de radiologia do hospital Pedro Hispano, no Porto, e no Hospital de Angra do Heroísmo, nos Açores.
Estes profissionais de saúde estão indignados com a atitude do Ministério da Saúde, que parou o processo negocial iniciado em Maio. Uma atitude “lamentável”, dizem os sindicatos que representam os técnicos. Para além da paralisação, que vai durar todo o dia, os sindicatos têm agendado para esta tarde uma manifestação à porta do Ministério da Saúde.

Greve técnicos de diagnóstico com adesão estimada nos 70 a 80 por cento

No Site RTP

Os sindicatos que representam os técnicos de diagnóstico calculam que a greve destes profissionais tenha uma adesão entre os 70 e os 80%. A paralisação serve para protestar contra o impasse na negociação, com o Ministério da Saúde, sobre a carreira destes profissionais. Além da greve, há também uma manifestação, em Lisboa, acompanhada pelo jornalista Miguel Videira.

ESTOU DE GREVE




Greve Noticiada

O texto da agência Lusa é publicado também no:

Jornal da Madeira
TV - SIC
Semanário SOL
Semanário Expresso

Reforma das carreiras especiais deixa de fora 40 mil funcionários

São cerca de 40 mil os funcionários públicos que verão adiado para a próxima legislatura o seu futuro profissional. Em causa estão os trabalhadores dos impostos e das alfândegas, os técnicos de diagnóstico e terapêutica, os oficiais de justiça e os funcionários dos registos e notariado, integrados em carreiras especiais, e que ainda não viram a sua profissão adaptada às novas regras que, entre outros aspectos, torna mais difícil a progressão salarial.Contudo, o número de funcionários que estão dependentes das decisões do próximo Governo ultrapassa os 200 mil. Isto se nas contas entrarem os 150 mil professores que continuam a criticar o estatuto da carreira docente e o sistema de avaliação e vão fazer tudo para ressuscitar o processo logo a seguir às legislativas; os 37 mil enfermeiros que já têm novo estatuto mas que estão descontentes com a proposta de grelha salarial; e os militares que já têm novo estatuto remuneratório, mas ainda não viram a sua carreira revista.
Jornal de Negócios 15 Setembro 2009

Conferência de Imprensa

Porque é preciso mostrar União contra a Insatisfação, Injustiça, Indiferença de que estamos a ser alvo.....
Eu Faço GREVE!

Nótícia RTP - Técnicos de diagnóstico e terapêutica em greve dia 23 por negociação da carreira

Em comunicado, o Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica e o Sindicato das Ciências e Tecnologias da Saúde criticam a "atitude discriminatória do Ministério da Saúde".
Segundo estes sindicatos, "o Ministério da Saúde não deu, até esta data, qualquer explicação para o bloqueio das negociações, desde 12 de Agosto, impedindo assim a finalização da primeira fase do processo negocial para estes profissionais".

Notícia TSF - Técnicos de diagnóstico e terapêutica em greve dia 23 por negociação da carreira

Os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica decretaram, esta quarta-feira, uma greve para o próximo dia 23, em protesto contra «a paragem do processo negocial» de revisão da carreira, pela qual responsabilizam a tutela.
Em comunicado, o Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica e o Sindicato das Ciências e Tecnologias da Saúde criticam a «atitude discriminatória do Ministério da Saúde».
Segundo estes sindicatos, «o Ministério da Saúde não deu, até esta data, qualquer explicação para o bloqueio das negociações, desde 12 de Agosto, impedindo assim a finalização da primeira fase do processo negocial para estes profissionais».
Os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica sentem-se «absolutamente discriminados face a todos os outros profissionais de saúde, com os quais já foi encerrada a primeira fase do processo negocial, estando a decorrer a segunda fase», lê-se no comunicado.
Além da greve decretada para o próximo dia 23, estes profissionais marcaram uma manifestação frente ao Ministério da Saúde para «exigir o encerramento do processo negocial da revisão da Carreira de Técnico de Diagnóstico e Terapêutica e Técnico Superior de Saúde nos termos da Lei e da reestruturação das carreiras da administração publica».

Notícia Público - Técnicos de diagnóstico e terapêutica em greve dia 23 por negociação da carreira

Os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica decretaram hoje uma greve para o próximo dia 23, em protesto contra "a paragem do processo negocial" de revisão da carreira, pela qual responsabilizam a tutela.
Em comunicado, o Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica e o Sindicato das Ciências e Tecnologias da Saúde criticam a "atitude discriminatória do Ministério da Saúde". Segundo estes sindicatos, "o Ministério da Saúde não deu, até esta data, qualquer explicação para o bloqueio das negociações, desde 12 de Agosto, impedindo assim a finalização da primeira fase do processo negocial para estes profissionais".Os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica sentem-se "absolutamente discriminados face a todos os outros profissionais de saúde, com os quais já foi encerrada a primeira fase do processo negocial, estando a decorrer a segunda fase", lê-se no comunicado.Além da greve decretada para o próximo dia 23, estes profissionais marcaram uma manifestação frente ao Ministério da Saúde para "exigir o encerramento do processo negocial da revisão da Carreira de Técnico de Diagnóstico e Terapêutica e Técnico Superior de Saúde nos termos da Lei e da reestruturação das carreiras da administração publica".

Notícia IOL - Técnicos superiores de diagnóstico convocam greve

No próximo dia 23 os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica vão estar em greve. De acordo com a Agência Lusa, estes profissionais convocaram uma greve para protestarem contra «a paragem do processo negocial» de revisão de carreira, pela qual responsabilizam a tutela.
Os técnicos superiores de diagnósticos e terapêutica marcaram também uma manifestação frente ao Ministério da Saúde.
O Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica e o Sindicato das Ciências e Tecnologias da saúde criticam, em comunicado, a «atitude discriminatória do Ministério da Saúde».
«O Ministério da Saúde não deu, até esta data, qualquer explicação para o bloqueio das negociações, desde 12 de Agosto, impedindo assim a finalização da primeira fase do processo negocial para estes profissionais», afirmam os sindicatos.
Os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica afirmam também que se sentem «absolutamente discriminados face a todos os outros profissionais de saúde, com os quais já foi encerrada a primeira fase do processo negocial, estando a decorrer a segunda fase».

Notícia Lusa - Greve dos técnicos diagnóstico deverá deixar serviços de saúde a meio gás

A greve dos profissionais de diagnóstico e terapêutica, marcada para a próxima quarta-feira, deverá deixar os serviços de saúde a funcionar a meio gás, sensivelmente ao ritmo dos fins-de-semana, segundo um dirigente sindical.
A greve foi decretada pelo Sindicato das Ciências e Tecnologias da Saúde (SCTS) e pelo Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica contra o que classificam de "discriminação face a todos os outros profissionais de saúde com os quais já foi encerrado o processo negocial".
Sobre os efeitos da greve, Almerindo Rego, presidente do SCTC, sublinhou à agência Lusa que, em saúde, "uma greve é sempre algo muito complicado", estimando que a paralisação destes profissionais de saúde - oito mil na administração pública, precisou - afecte os serviços de consultas, cirurgias e farmácia. Por isso, antecipa, os utentes deverão encontrar, na quarta-feira, os serviços a funcionar como se se tratasse de um fim-de-semana.

sábado, 19 de setembro de 2009

Falta de Sangue


O Transplante já não é um acto Heróico, mas sim uma Actividade Industrial


Rafael Matesanz, Fundador e Director da Organização Nacional de Transpantes e sua equipa vão formar rede de coordenação de doação na Indía.


sábado, 12 de setembro de 2009

Cardiopneumologia Coimbra - 15,94 Valores

É na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra onde se registam notas mais altas, com o “pódio” a ser ocupado com os cursos de Fisioterapia (17,36 valores), Farmácia (16,22 valores) e Cardiopneumologia (15,94 valores), logo seguidos de Dietética e Nutrição (15,64 valores) e de Análises Clínicas e de Saúde Pública (14,98 valores). Mesmo no Ensino Politécnico é, portanto, na Saúde onde as notas são mais altas. Aliás, é também bem próxima dos 15 valores (14,78) a nota do último aluno a entrar na Escola Superior de Enfermagem.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Estudo Antares - Portugal faz menos 40% de cirurgias do que a UE

A média europeia é de mil operações anuais por milhão de habitantes. Portugal fez 605, por milhão de habitantes, em 2008. E o País ainda tem poucos centros de cirurgia.
Apesar de Portugal ser um dos países europeus com mais mortes por doenças do coração, continua a ter uma das mais baixas taxas de cirurgias cardíacas por milhão de habitantes da União Europeia (UE), revela um estudo realizado pela Antares, uma empresa de consultoria internacional na área da saúde.
A média europeia é de cerca de mil cirurgias cardíacas anuais por milhão de habitantes. E em 2008, de acordo com as estimativas da Antares, a taxa em Portugal foi de 605 operações por milhão, tendo em conta o total de intervenções nos hospitais públicos e privados com protocolo com o Serviço Nacional de Saúde (SNS). O número de cirurgias cardíacas nacionais corresponde assim a apenas 60% da média comunitária.
A Alemanha e países escandinavos, por exemplo, registam 1100 e 1400 operações por milhão de habitantes por ano (ver mapa).
Portugal deixa também a desejar quanto ao número de centros por habitante para a realização destas operações. Há sete, o que é inferior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), revela a análise pedida pelo Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa. Isto apesar de o estudo reconhecer que nos últimos anos houve um grande esforço do Ministério da Saúde para melhorar a resposta às necessidades dos utentes (ver texto em baixo).
"Considerando o número de centros actualmente existentes em Portugal, incluindo a unidade protocolada como o Serviço Nacional de Saúde (ou seja, o Hospital da Cruz Vermelha), para atingir as recomendações da OMS de 1,2 milhões de habitantes por centro de cirurgia cardíaca" o País precisa ainda de mais duas unidades.
Já para alcançar a média da Europa "existiria espaço para mais três", refere a análise da Antares.
Em Portugal Continental, os sete centros de cirurgia cardíaca significam uma unidade para 1,4 milhões de habitantes. As regiões do norte e centro são aquelas onde a carência é maior: existe um centro para mais de 1,8 milhões de utentes.
Já a região de Lisboa e Vale do Tejo é aquela que mais se aproxima das recomendações da OMS. Com quatro centros, três deles públicos e um privado (HCVP), e uma população de 4,4 milhões de habitantes, a região tem uma unidade para cada 1,1 milhões de utentes.
Apesar da esperança média de vida em Portugal se situar ao nível dos principais países europeus, o País apresenta rácios de centros de cirurgia cardíaca inferiores à média da Europa, conclui assim o documento. E com o envelhecimento acentuado da população as necessidades destas operações vão aumentar, alerta.
A manterem-se as taxas de utilização actuais e a proporção entre as necessidades deste tipo de operações e o número de habitantes com mais de 50 anos, em 2030 o problema vai agravar-se.
As necessidades de operações cardiovasculares vão aumentar cerca de 23%, apenas pelo efeito do envelhecimento da população portuguesa, diz o estudo. Um crescimento que só poderá ser atenuado pelo desenvolvimento de tecnologias e uma maior actuação no campo da prevenção e diagnóstico das doenças cardiovasculares, refere o estudo da Antares.
As doenças cardíacas são a principal causa de morte em Portugal, sendo responsáveis por 40% dos óbitos.
in DN - ANA TOMÁS RIBEIRO 09/09/2009

domingo, 6 de setembro de 2009

O milagre de Ana Filipa

Ana Filipa, de seis anos, está viva por uma sucessão de acasos. Os médicos não hesitam em usar a palavra "milagre". Na manhã de 15 de Julho, quando brincava na escola, em Évora, teve um colapso e perdeu os sentidos. Os monitores que a socorreram julgaram que tinha sofrido um ataque epiléptico.Ninguém podia imaginar que o desmaio havia sido causado por uma ruptura da artéria aorta. É que em Portugal nunca houve casos semelhantes em crianças tão novas. São tão raros que, na literatura médica, só há registo de dois em todo o mundo, operados com sucesso (ver caixa abaixo).É mais habitual em pessoas idosas, com problemas de hipertensão, como Albert Einstein, que morreu aos 76 anos. Quase 90% dos pacientes não chegam sequer ao hospital. Ana Filipa aguentou-se durante várias horas até ser operada. O rápido diagnóstico feito no Hospital de Évora pela equipa de pediatras e cardiologistas foi o primeiro passo para o salvamento da rapariga alentejana. "Contei aos médicos que ela tinha sido sujeita a um cateterismo cardíaco com um ano de idade. Tem a artéria aorta dilatada desde que nasceu", conta a mãe, Ângela Janeiro, que esteve ao lado da filha desde as 10h30 da manhã, altura em que lhe telefonaram da escola. "Se eles não tivessem acertado logo, ela não teria sobrevivido." A empregada de balcão lembra que os médicos contactaram de imediato o Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide. "Por sorte, o bloco operatório, normalmente sem vagas, naquela tarde estava disponível. E era fácil reunir a equipa de cirurgiões", diz uma fonte do hospital. Todos sabiam que era uma corrida contra o tempo e que qualquer erro poderia ser fatal. "Ainda se pensou na hipótese de a transportar de helicóptero mas alguém lembrou que a trepidação da aeronave podia ser prejudicial para a criança", recorda Ângela Janeiro. O hospital, os bombeiros e a GNR de Évora coordenaram-se para levar Ana Filipa de ambulância até aos arredores de Lisboa. Rodeada de uma escolta policial para não haver carros a atrapalhar. No tempo recorde de 45 minutos, a menina alentejana saiu de Évora e chegou aos cuidados intensivos do hospital de Carnaxide. E pronta para ser operada. Eram 16h30, ainda assim seis horas após a ruptura na principal artéria do coração. "Estávamos muito cépticos. Achávamos que ela não chegaria cá com vida", confessa um cardiologista de Carnaxide. A cirurgia, liderada por Miguel Abecassis, embora complexa, por ser rara em pacientes desta idade e envolver a manipulação dos tecidos numa zona muito delicada, foi um sucesso. "Ela é uma sobrevivente. É um caso que não se volta a repetir", diz o mesmo especialista.Ana Filipa teve sorte porque a aorta se rompeu na parte de trás, onde se situa a artéria pulmonar que fez de tampão, contendo a hemorragia: "Se a aorta se tivesse rompido à frente o sangue acumulava-se em redor do coração e ela morria subitamente". Se tivesse sofrido este colapso durante a noite, talvez não voltasse a acordar.

Um mês depois do dia mais longo da vida dos Janeiro, a família esforça-se para que a rotina se instale de novo em casa. Colada em frente ao ecrã do computador, Ana Filipa comanda um pinguim comilão que tenta salvar a namorada Penny das garras do inimigo Nolok. Tecla furiosamente para conseguir subir de nível do jogo Super Tux, sob o olhar embevecido dos pais, Ângela e Martinho: "Tens de fugir desses. Salta, agora. Cuidado!".Como qualquer rapariga de seis anos, ela gosta de desenhar, jogar basquetebol e brincar com as duas irmãs, Patrícia, de 13 anos, e Filipa, de um ano. Por cima da cama, tem pendurado um poster das fadas Winx e no quarto, que divide com a irmã mais velha, não faltam peluches coloridos. Este ano, vai entrar para a 1ª classe, na mesma escola onde concluiu a pré-primária, e já conhece quase todos os futuros colegas de turma. "Sou amiga de todos", diz, timidamente, depois de terminar o jogo de computador. Enquanto as aulas não começam, passa a maior parte do tempo em casa, com os pais, de férias, protegida dos 35 graus que se fazem sentir nas ruas de Évora. "Só saímos de manhã para ela passear um pouco. O exercício faz-lhe bem", conta Martinho Janeiro. É uma vida normal. Ou quase. "Os médicos disseram-nos que ela não terá limitações no dia-a-dia. Mas tem de ir às consultas de cardiologia, de três em três meses, para ser vigiada, de tomar remédios para a tensão e para o coração". Tem também uma cicatriz no peito, tapada pela T-shirt verde. Para os pais, tudo isso são pormenores. "A nossa filha está viva. É uma heroína".