sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Amália, O Filme

Já conhece a mítica cantora. Pela primeira vez, conheça a mulher por trás do mito.
“Amália” segue a diva numa noite de Outono nova-iorquino em 1984, uma noite que atravessa as memórias íntimas de uma vida inteira.
A precoce separação dos pais e a reconciliação precária, marcada pela indiferença da mãe e a morte da irmã Aninhas, até ao início da vida adulta, inaugurada pela paixão com o guitarrista amador Francisco Cruz e o sucesso local e nacional, até à ruptura de um casamento indesejado.
Uma fase de maturação artística e grande agitação, de vida dividida entre o amante Eduardo Ricciardi, o playboy do ténis que se incomoda com as suas raízes plebeias, e um banqueiro comprometido, Ricardo Espírito Santo, cúmplice espiritual, até ao abrupto desaparecimento deste lhe retirar a esperança de um futuro comum, levando a um casamento por simpatia e conforto com César Seabra.
Por fim, um período de valsa dorida com as traições familiares e as conotações políticas com o regime, de bailado com a doença, apenas superado na gloriosa ressurreição em pleno Coliseu dos Recreios, quando triunfa sob o fogo cruzado da Revolução de Abril.
“Amália”, a biografia da mulher que atravessa o século XX para se transformar numa das maiores personalidades musicais de todos os tempos.



Amália Rodrigues - Nasce em Lisboa em 1920, vive com os avós durante a infância, separando-se física e emocionalmente dos pais, que voltam para a Beira Baixa. Aos 14 anos muda-se para casa dos pais alguns anos após o regresso destes à cidade, juntando-se a uma família numerosa, criando laços mais próximos com a irmã Celeste, mas permanecendo distante da mãe. Desde cedo que Amália canta – à janela de casa dos avós, na rua, no cais. É uma rapariga e, mais tarde, mulher de contradições: embora assuma o fatalismo e o destino, não quer ser fatalista ou triste. Tem uma ascensão meteórica a partir dos 19 anos.Amália odeia a solidão e gosta da alegria da companhia dos outros. É tímida, por isso prefere a distância de um teatro à proximidade das casas de fado. No entanto, Amália sabe o que é espectáculo e sabe ter um dom que, desde nova, faz com que as pessoas gostem de a ouvir cantar. É fadista, mas quer mais do que a tristeza e angústia do fado; em palco é natural e aberta, sem artifícios, e assim conquista o público. Tudo o que conseguiu foi quase sem querer, sem estar à espera: o destino. “Eu podia ter sido muita coisa, se não tivesse sido aquilo que sou”.

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