sexta-feira, 17 de julho de 2009

Vitória de Hannah e os seus dois Corações

Hannah Clark, uma jovem britânica de 16 anos, foi a primeira pessoa a recuperar totalmente de um transplante de coração, depois de lhe ter sido retirado o órgão transplantado. Três anos e meio depois de ter sido submetida a uma cirurgia para retirar o órgão doado, continua de boa sáude.Com apenas dois anos, foi-lhe diagnosticada uma forma grave de cardiomiopatia (aumento do músculo cardíaco). Em 1995, Hannah Clark foi submetida a uma operação, na qual lhe foi inserido um novo coração que passou a funcionar em paralelo com o seu. Mas, há cerca de três anos, este segundo órgão teve de ser removido, uma vez que a medicação que prevenia a rejeição do coração transplantado levou ao desenvolvimento de cancro. A certa altura, tinha de tomar 16 medicamentos diferentes.Nesta altura, o coração de Hannah já tinha recuperado totalmente, sendo capaz de funcionar de forma autónoma. Desde 2006, a jovem britânica já recuperou do cancro e o seu coração apresenta um funcionamento normal, descreve a equipa que a tratou num artigo na revista médica "The Lancet".Victor Tsang, do Hospital de Great Ormond Street, que liderou a equipa que a tratou, afirma que o caso de Clarke traz uma nova esperança para os doentes de insuficiência cardíaca. “Este caso foi particularmente útil para desenvolver corações artificiais temporários para crianças com cardiomiopatia”, em que “é possível a recuperação total do coração caso existam as medidas adequadas”.“Estamos muito mais confiantes” relativamente a este tratamento, assegurou Magdi Yacoub, do Imperial College de Londres, que co-liderou a equipa cirúrgica responsável pelo caso de Hannah Clark. “O coração, que não estava a funcionar, recuperou totalmente”, afirmou, explicando que a cardiomiopatia é frequente em crianças até um ano de idade. " A probabilidade de o coração se curar é equivalenten a um acto mágico", sublinhou, unuma conferência de imprensa em Londres.“Graças a esta operação tenho agora uma vida normal como todos os meus amigos”, diz Hannah Clark visivelmente emocionada, que chegou a tomar 16 medicamentos diferentes para combater a doença. Elizabeth Clark, mãe de Hannah, conta que a filha “não pensa no amanhã, só pensa no dia de hoje. Acorda todos os dias a sorrir.”

in Jornal Público

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